O Andar do Novo Homem (Parte I)

O ANDAR DO NOVO HOMEM
Uma exegese e comentário em Efésios


E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Ef 4.17


Efésios é a epístola paulina dos mistérios de Deus, pois revela os propósitos eternos de Deus para o surgimento, procedimento e preservação da Igreja de Cristo. O que escrever para uma igreja que não estava sendo ameaçada por heresias ou graves problemas? O apóstolo Paulo então a escreve uma carta com o propósito de ampliar os horizontes e dimensões teológicas da Igreja em Éfeso.
Vemos as muitas dimensões do profundo propósito de Deus ao constituir a igreja e unir todas as coisas em Cristo. Como também, observamos Paulo apresentando o alvo da igreja aos efésios.


No capítulo 1 vemos:
A saudação do apóstolo.
A revelação de alguns propósitos divinos: A glória e a Supremacia de Cristo.
A necessidade dos cristãos em buscar esse conhecimento.


No capitulo 2 vemos:
Que a salvação é pela graça mediante a fé.
Que Deus reconcilia os judeus e gentios através da cruz de Cristo.
Que Deus une judeus e gentios numa só família, o corpo de Cristo.


No capitulo 3 vemos:
Que Deus revela sua profunda e perfeita sabedoria através da igreja.
Que devemos buscar uma experiência profunda da plenitude de Deus.


No capítulo 4 vemos:
Que a igreja precisa estar unida.
A igreja precisa buscar maturidade.
Cada um de nós precisamos buscar uma vida espiritual renovada.


Este é o nosso tema: Como podemos andar em novidade de vida?


Vers. 17:
E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. 


A resposta é: Primeiro, não andando "como os gentios... que andam na vaidade da sua mente."


A Palavra "vaidade" vem do grego: "MATAIOTES", que significa: "Inútil", "depravado".


O apóstolo está afirmando que os que não tem Deus andam com uma mentalidade inútil, depravada. E, como é atual esta verdade! Aqueles que não crêem em Deus vivem uma vida sem sentido, vazia e sem propósito. É por isso que vemos tantas crises existenciais, tantos suicídios, tantas pessoas vivendo numa futilidade e sem uma razão maior.


A humanidade sem Deus não encontra propósito na sua existência. Se acreditássemos no "cientificismo" moderno, em que o homem, assim como todas as espécies derivam de acidentes ou evoluções da natureza, nossa vida não teria sentido algum. Se viemos do nada, e para o nada retornaremos, o que somos? 


Mas, muitos vivem o "carpe diem", aproveitando o máximo deste mundo e seus prazeres. Na verdade, são escravos do prazer e de seus próprios desejos. Desejo de comprar, desejo de sentir, desejo de ser amado, de ser aplaudido, de ter, de possuir...Enfim, o homem tornou-se escravo dos próprios desejos. Mas, em Cristo somos salvos desta visão bitolada da realidade capitalista e vazia na sua essência. Enquanto, os homens desejam ser, nós desejar ESTAR no ÚNICO que é o "EU SOU".


Vers. 18
Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;


A palavra "entenebrecidos", poderia ser mais claramente traduzida como "obscurecidos", como em algumas traduções. E reflete esta triste realidade atual, pois denota uma vida mental fútil. E não é, de fato, fútil acompanhar um carro de som debaixo de um sol quente pulando no meio da rua, como se isso lhe trouxesse a felicidade absoluta? 


Qual é o sentido da vida daqueles que vivem para acumular riquezas no mundo, se nada do que possui poderá levar para além da vida?


...separados da vida de Deus...


A palavra "separados" vem do grego, "APOLLOTRIOO", e significa "afastar para longe", "alienar". Este é um estilo de vida longe de Deus, alienígena da vida de Deus.


...pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;


A palavra traduzida como "dureza" aqui é "POROSIS", que também significa: "estupidez", "indiferença", "cegueira"


"Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus." II Co 4.4 


Quanta cegueira espiritual e estupidez daqueles que insistem numa vida desprovida de paz, fé e salvação! Por que abraçar o mundo efêmero, se Cristo tem um céu que é eterno? Somente um coração duro, estúpido, e cego que troca a alegria incondicional, a paz que excede todo entendimento, a comunhão com o ser mais poderoso do universo e as riquezas da vida eterna, por um mundo que será brevemente sacudido e destruído pelo fogo da justiça divina.


Vers. 19
Os quais, havendo perdido todo o sentimento...


A palavra "sentimento" aqui traduzida da palavra grega "APALGEO", também significa "tornar-se apático". E isto é o que eu percebo nos meios acadêmicos e em países de primeiro mundo, onde a confiança no poder do dinheiro e do conhecimento trouxe uma falsa segurança nessas pessoas, que elas se tornaram apáticas ao evangelho e ao próprio Deus. Há pessoas hoje que não suportam o nome de Jesus, e consideram a religião como algo de pobres e "desinteligentes". 


Estas pessoas só percebem quão terrível é este engano quando se deparam com uma doença que a medicina mais moderna e cara que existe diagnostica: - É incurável! Só cai esta venda dos olhos dessas pessoas quando há uma tragédia em que o dinheiro nada pode fazer.


Caro leitor, não espere uma tragédia ou algo terrível acontecer para enxergar a verdade de que uma vida sem Deus é como um rio de água parada. Como um dia nascer sem o sol, ou um pássaro não ter céu para voar. Jesus é a nossa maior razão de viver, uma razão tão forte que nos faz levantar-se até nas cinzas das desgraças e dizer: "Tudo posso naquele que me fortalece!".


Nós não somos um quadro com uma pintura sem vida, com Deus somos Obra-prima com a assinatura daquele que pintou e desenhou o céu e o universo.
Somo feitos por um propósito. Não temos mentes inúteis, fúteis, obscurecidas ou alienadas, pois vivemos uma nova vida. Temos uma nova mente. Um novo modo de pensar. 


Andemos portanto, como um "Novo Homem", que deixou tudo isso para trás.


Em Cristo,


Pr. Flávio Alves

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