Um Convite para as
profundezas de Deus
Por Flávio Alves
Abreu e Lima, 31 de maio de 2018.
Na sua aflição vocês clamaram e eu
os livrei, do esconderijo dos trovões lhes respondi...
Salmos 81:7
Durante as últimas batalhas da
Segunda Guerra Mundial, alguns poucos soldados da força aliada saíram pela
Europa devastada em busca das maiores obras de arte produzidas pela Humanidade
que foram saqueadas e escondidas pelos alemães nazistas. Assim, os soldados
encontram em uma mina de Altaussee 7.000 obras de arte, com obras até de
Michelângelo e Leonardo Da Vinci. Além desse tesouro imensurável no seu valor e
importância, o grupo de soldados encontrou mais de cem toneladas de ouro! Um
tesouro tão grande que poderia fazer um país inteiro sair da miséria. Se todos
soubessem realmente o tesouro que estava escondido pelos nazistas, uma grande
multidão teria ido a busca dele.
Existe um esconderijo guardando um
tesouro maior que qualquer mente humana pode sequer imaginar. Trata-se de um
tesouro que vai além do ouro, da prata ou de obras de arte. Mas, como está
escrito: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e não subiram ao
coração do homem,são as que Deus preparou para os que o amam.” (1 Coríntios 2:9)
Um tesouro reservado para somente aqueles que têm coragem para sair do barulho
das ruas, do cotidiano estressante da vida, do brilho do mundo e seus prazeres
para adentrar nas regiões espirituais através da oração. Está num lugar chamado
de “O esconderijo do trovão”.
Eu quero trazer-lhe uma mensagem
intitulada: “O esconderijo do trovão”. Um lugar onde Deus vai mudar sua vida e
sua história. Um tesouro imensurável está guardado, escondido e reservado ali
dentro. Um tesouro tão grande que o cofre do Banco Central do Brasil não consegue
guardar. Somente os que realmente precisam e buscam encontrá-lo-ão. A voz do
trovão vai ecoar e você vai entender algumas verdades de Deus através dessa
mensagem.
Os Salmos é o maior livro da Bíblia,
e por ser o hinário do povo de Israel, contém louvores que enaltecem o nome do
Senhor. Diferente dos cânticos da atualidade, a maioria dos Salmos engrandece a
Deus e exortam o povo a adorá-lo na sua glória e poder. Os salmos 81 é um
desses louvores. Trata-se de um salmo litúrgico que chega a se tornar até
profético. Pois, percebe-se que Deus toma a mão do adorador para falar com o
seu povo.
Cante ao Deus vivo com Alegria!
Os filhos de Asafe começam os Salmos
81 convidando a todos para que cantem ao Senhor, que juntem seus instrumentos
musicais: “Cantem de alegria a Deus, nossa força; aclamem o Deus de Jacó!” (Salmos
81:1). Pare e pense um pouco sobre as letras do que tem se entoado nas igrejas
atualmente, são músicas que enaltecem o ser humano, que o conforta, alegra e
nunca confronta seus pecados. Muitos querem louvar a Deus pelo que Ele dá. Mas,
quero acreditar que ainda existem pessoas que louvem a Deus pelo que Deus é,
pela sua pessoa e poder! E, não pelo que o homem pode fazer ou é. Somente o
Senhor é digno de louvor.
E no louvor a Ele tem está
acompanhado de alegria, não de algazarra ou baderna, ou histerias, mas de uma
alegria plena que emana de um coração grato, amadurecido e disposto a adorar a
Deus independente das circunstâncias. Uma alegria pura e sincera. Infelizmente,
tem pessoas que querem louvar a Deus como se estivesse em um funeral. Nosso
Deus está vivo! Está presente no meio do seu povo! Glória, pois ao seu nome!
Ora, Deus não é Deus de
mortos, mas de vivos; porque para ele vivem todos. (Lucas 20:38)
Você não faz idéia de como o inferno
arregimenta os seus batalhões de demônios para calar a tua boca. Pois, o
inferno sabe o poder que há no teu louvor. Um louvor que emana de um coração
sincero muda a atmosfera de um ambiente, por mais densa que seja as trevas
sobre a vida de alguém, no poder do louvor ela é dispersa. Os ânimos se acalmam
e demônios se retraem. Continue louvando a Deus. Faça como Davi que enquanto
louvava a Deus, Saul era liberto da opressão demoníaca. (I Samuel 16.23)
O louvor é arma de guerra, enquanto
você louva Deus prepara emboscada para os inimigos do seu povo. Assim como fez
o Rei Josafá, ele colocou os tocadores na frente do seu exército para louvar a
Jeová e quando chegou no acampamento do inimigo eles já estavam mortos, pois
matou o outro. O texto é claro: “E, quando começaram a cantar e a dar louvores,
o Senhor pôs emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas
de Seir, que vieram contra Judá, e foram desbaratados.” (2 Crônicas 20:22)
Somente quando eles começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs
emboscadas! Louve ao Senhor e veja o seu Deus pelejando por você!
Celebre ao Deus de festas!
O verso 3 do Salmos exorta o povo a
tocar a Trombeta na Lua Nova, o que marca o início do mês, na festas dos
Tabernáculos que relembra o êxodo. Uma festa instituída com o propósito do povo
de Israel nunca se esquecer do que Deus lhes fez, libertando do Egito e os conduzindo
pelo deserto. Esta festa foi uma das várias que Deus instituiu sobre o povo,
geralmente comemora-se no mês de setembro e atualmente junta multidões de 50 a
100 mil pessoas em torno do Muro das Lamentações em Jerusalém.
Nosso Deus é um Deus festivo, Ele se
alegra juntamente com seu povo. As festas eram momentos de rememorar. De
celebração, mas também de memoriais. Um período de crise ou de grandes
tribulações era seguido por uma grande vitória, e esta vitória era comemorada
com festas. Nosso Deus é um Deus de festas porque é um Deus de vitória. Existe
um povo no mundo que tem mais motivos para comemorar do que o povo do Senhor?
Não se desespere quando sobrevier a
opressão, a perseguição ou as ameaças dos inimigos. Jeová é teu Deus, Ele dará
vitória a ti! E quando Ele intervier na tua história, haverá motivos para você
comemorar com festas. Lembre-se da Festa do Purim, onde o povo judeu deveria
ter sido aniquilado por seus inimigos, mas Jeová interveio e mudou a sua
“sorte”. E o dia que era pra o povo de Deus morrer (Ester 9.28), quem morreu
foram todos os inimigos do povo de Deus! Aleluia! Este é o Deus que é capaz de
transformar as mais terríveis situações em motivos de alegria, de brados de
júbilo e louvor ao seu nome santo!
“...porque este é um decreto para
Israel, uma ordenança do Deus de Jacó, que ele estabeleceu como estatuto para
José, quando atacou o Egito...” (Salmos 81:4,5). É uma ordenança de Jeová que
seu povo louve o seu nome, e O engrandeça. Porque Jeová atacou o Egito, isto se
refere ao “anjo da morte” que visitou as ruas do Egito tirando a vida dos
primogênitos das casas onde não havia a marca do sangue do cordeiro pascoal.
Deus exerceu justiça sobre os opressores de Israel, mas poupou o seu povo que
estava debaixo da proteção do sangue!
Sob a marca do sangue há proteção!
Nas casas marcadas pelo sangue não
houve morte, houve livramento. Quando a ira de Deus descer sobre o mundo mais
uma vez, os que estão sob a marca do sangue de Cristo estão guardados e
protegidos. “Nenhum mal lhes acontecerá! Deus os guardará debaixo das suas asas
Onipotentes! Porque somos servos; porém na nossa servidão não nos desamparou o
nosso Deus; antes estendeu sobre nós a sua benignidade ... e para que nos desse
uma parede de proteção em Judá e em Jerusalém.” (Esdras 9:9). Enquanto os
hebreus foram guardados pelo sangue de um animal, nós estamos guardados pelo
sangue de Jesus!
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”. (1 Pedro 1:18,19)
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”. (1 Pedro 1:18,19)
Quem clama tem resposta de Deus
Agora o salmista é tomado pelo
Espírito de Jeová: Ele diz: "Tirei o peso dos seus ombros; suas mãos
ficaram livres dos cestos de cargas. Na sua aflição vocês clamaram e eu os
livrei...” (Salmos 81:6,7). Não é o salmista quem fala, mas o próprio Espírito
de Jeová toma a boca do cantor e Deus fala através dele para seu povo! E a
palavra foi esta: Vocês estão livres por que eu tirei o peso dos seus ombros! O
teu clamor chegou até os céus. Ele viu tua aflição, ouviu o seu clamor,
conheceu suas dores e desceu para dar o livramento (Êxodo 7.8). Ele está
tirando todo jugo do Egito de cima de você.
Existem pessoas que aceitam os jugos
do Egito mesmo tendo saído de lá. Mas, Deus está te libertando do jugo da
depressão. Têm cristãos precisando entender que não adianta sair do Egito se
continua com a mentalidade de escravo, você tem propósito na sua existência,
tem um Deus que te ama e te sustenta e não pode mais ser escravo de uma
mentalidade depressiva que deseja te levar para morte! Hoje o jugo da depressão
vai cair.
Outros se submetem ao vício, ao
pecado, à pornografia, às drogas e de tantos outros males. Mas, Cristo te
chamou para liberdade (Gálatas 5.13). O pecado não tem mais domínio sobre você!
Você precisa entender que o jugo foi quebrado, o laço do passarinheiro foi
quebrado, e o diabo não tem mais poder sobre nós, se Cristo te libertou,
verdadeiramente estás livre (João 8.38). O jugo de opressão de Satanás não pode
mais exercer domínio sobre a sua vida: “E acontecerá, naquele dia, que a sua
carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será
despedaçado por causa da unção.” (Isaías 10:27).
E Jeová continua falando com o seu
povo: “Clamaste na angústia, e te livrei; respondi-te no lugar oculto dos
trovões;”(Salmos 81:7). O termo “ lugar oculto dos trovões” é traduzida em
outras versões como “recôndito” ou “esconderijo” do trovão! Que expressão
poderosa! R. N. Champlin afirma que a maioria dos comentaristas acredita que se
refere a um conjunto de ocasiões em que Deus falou com o seu povo. De todas
elas eu quero destacar duas formas que Deus como trovão do seu esconderijo para
você.
Aos pés do Monte Sinai: O dia em que a
terra tremeu!
Em Êxodo 19 a partir do verso 11,
Deus ordena ao povo através de Moisés que se santificassem até ao terceiro dia
para poderem participar de uma grande experiência sobrenatural. “E estejam
prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o Senhor descerá diante
dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai.” (Êxodo 19:11) No terceiro dia os
dois milhões de hebreus que estavam acampados aos pés do Monte Sinai acordaram
com um forte barulho de trombeta, com relâmpagos e trovões em cima do Monte,
todo o povo estremeceu com o som vindo de cima do Monte.
Nunca antes em toda a história da
Humanidade algo tão poderoso aconteceu. O Senhor do Universo, Deus Criador de
todas as coisas desceu sobre o Monte Sinai e ele estremeceu! O Monte fumegava
com o poder da presença do Grande Deus Jeová! Uma revelação tremenda em todos,
do menor até o mais velho ouviram de uma só vez a voz do trovão ecoando das
nuvens espessas! Era Deus falando do “esconderijo do trovão”. Que emoção, como
deve ter se sentido todo aquele povo diante do poder terrível de Jeová.
David Wilkerson, no entanto, comenta
que aquele povo deveria se sentir o mais privilegiado de todos os povos da
terra por ser o único a ouvir a voz direta do próprio Jeová, mas não foi assim
que aconteceu. Infelizmente, após este espetáculo da glória de Deus o povo
pediu a Moisés para nunca mais ouvira voz de Jeová, porque tinham medo de
morrer. Na verdade, eles tinham deuses escondidos trazidos do Egito, e quando
viram que Jeová era um Deus de verdade e não de pedras ou de barro ficaram com
medo de serem consumidos pelo fogo de um Deus verdadeiro.
Muitos crentes nos dias de hoje
precisam reaprender a tremer na presença de Deus. “Treme, terra, na presença do
Senhor, na presença do Deus de Jacó.” (Salmos 114:7) Muitos perderam o temor na
presença de Deus, não O respeitam mais, nem sequer o temem. E isto é algo
contamina do menor até os maiores, pois mesmo sabendo que Deus é santo
continuam a viver com pecados ocultos. Esqueceram-se de que “o nosso Deus é um
fogo consumidor.” (Hebreus 12:29). Homens que vivem traindo suas esposas,
outros que vivem na promiscuidade e continuam pregando nos altares como se
fossem exemplos a serem seguidos. Mas, “O que usa de engano não ficará dentro
da minha casa; o que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos.” (Salmos
101:7).
Quando Deus fala do esconderijo do
trovão o pecado não pode resistir diante da sua santidade e do seu poder. Quem
quiser ouvir a voz de Deus do seu esconderijo precisa se santificar para estar
diante da sua face. “Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo, e
santifica-os hoje e amanhã” (Êxodo 19:10). Sem santificação não há revelação de
Deus (Hebreus 12.14), não há manifestação sobrenatural que traga paz ou poder,
mas juízo e condenação. “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para
a santificação.” (1 Tessalonicenses 4:7).
Na fenda da rocha: O esconderijo do
trovão!
Moisés queria ter uma experiência
ímpar e extraordinária com Deus. Após o Senhor manifestar sua boa vontade para
com o povo hebreu, Moisés aproveitou e pediu para ver a glória de Deus, porém
Deus lhe avisou que nenhum homem era capaz de ver a sua face e permanecer vivo.
O ser humano não consegue sequer olhar para o sol que é uma estrela de sexta
grandeza imagina se conseguiria olhar para o Deus que criou o sol e todo o
Universo?
Então, Deus lhe disse: “Quando a
minha glória passar, eu o colocarei numa fenda da rocha e o cobrirei com a
minha mão até que eu tenha acabado de passar. Então tirarei a minha mão e você
verá as minhas costas; mas a minha face ninguém poderá ver". (Êxodo
33:22,23). Imagino o quanto foi desconfortável para Moisés entrar na fenda de
uma rocha estando ele já com mais de oitenta anos de idade.
Mas, a premissa continua fiel, quem
quer ver a glória de Deus precisa entrar no estreito. Ás vezes a situação
desconfortável é onde Deus mais se revela para nós. Muitos cristãos atualmente
não possuem experiência com Deus por que não entraram na fenda da rocha. São
momentos mais difíceis da nossa vida e história que temos as maiores e mais
profundas experiências sobrenaturais com Deus. Foi assim com os homens e
mulheres de Deus na Bíblia e não é diferente nos dias atuais.
Para Abraão o altar do Moriá onde
ele quase perdeu o seu filho foi também o lugar onde recebeu as maiores
promessas de Deus. Para José a fenda da rocha foi o Egito, o lugar da sua
aflição foi também o lugar onde Deus realizou seus sonhos. Para Daniel a
Babilônia era o lugar onde perderia sua liberdade, sua identidade e até a
própria vida, mas se tornou no lugar onde Deus lhe exaltou, lhe livrou e
revelou o apocalipse do Antigo Testamento. Para os judeus no reino Persa o dia
13 de abibe seria o dia da destruição, de luto e de morte, mas se transformou
no dia em que Deus derrotou todos os seus inimigos de uma só vez. Para Estevão
as pedradas dos seus inimigos deveriam ser sua vergonha, mas enquanto
jogavam-lhe pedras ele via o céu aberto e o próprio filho do homem se
levantando do trono para recebê-lo no seu reino. Para João, o apóstolo, a Ilha
de Patmos era o fim do seu ministério, mas foi lá que Jesus lhe deu as
revelações do apocalipse. Ah! Meu querido, este estreito que você está não é o
teu fim, nem tua morte e nem tua derrota, é o lugar mais perto que Deus te
colocou do seu esconderijo do trovão! Aproveite, prepare-se para ter as maiores
experiências sobrenaturais com Deus, só uma amostra grátis do que está
preparado para nós nas mansões celestiais!
Em Cristo, sempre.