quarta-feira, 27 de abril de 2011

A primeira semente regada com sangue cristão

A primeira semente regada com sangue cristão

Os diáconos trouxeram dinamismo juvenil à Igreja primitiva. Estevão se destacou entre eles. Era uma alma de fogo; transbordava audácia. Foi este jovem o primeiro a adentrar à galeria dos que deram a vida por Jesus Cristo. Foi um herói que o cristianismo primitivo criou, e que atentando ele para um galardão maior, provou seu amor a Cristo sacrificando suas própria vida. Talvez Estevão fosse alexandrino¹ de origem, era conhecedor das filosofias gregas tanto quanto era das tradições hebraicas.

Falava com ousadia, que segundo o conceito original da palavra grega é a capacidade de falar sem nenhuma dificuldade. Mas, tratava-se de uma virtude oriunda da presença do Espírito de Cristo dentro e sobre ele. Expôs verdades tão desconfortantes que o levaram preso perante os juízes. Juízes que se aproveitavam da ausência de Pilatos, que tinha ido à Roma explicar-se à Calígula por alguns desconfortos na pequena província romana. 

Mas, diante dos seus algozes, Estevão demonstrava altruísmo não se preocupando em salvar sua própria cabeça. A prioridade máxima não era salvar-se do perigo iminente, mas a de ecoar sua fé tão alto que até aqueles ensurdedecidos pela insensibilidade humana a pudessem ouvir tinir nos seus corações. Esta seria a atitude dos mártires: gritar a sua fé!

Sua pregação era bíblica. Seu raciocínio surpreendente. Não economizou forças e vigor para pregar que as Escrituras se cumpriam em Jesus. Mas, quando expôs claramente a dureza dos corações dos já conturbados judeus, encerrou seu longo discurso apologético mostrando a realidade que não queriam admitir: Os judeus perseguiam e matavam seus profetas e assim também fizeram com o Justo.

Os ouvintes ragem os dentes como cãs feroses ao encontro da sua vítima. Cercado pelo ódio e descontrole, está Estevão seguro e confiante. Não se deixava contaminar pelo ódio ao seu redor. Fazia juz à palavra cristão². Diante da morte não pediu socorro nem livramento. Apenas com os olhos fitos no céu pode ver seu Senhor e Mestre, a quem imitava, assentado à direita de Deus.

Enquanto o mundo desaba o verdadeiro cristão olha para o céu. Enquanto todos lhe persegue, Estevão olha o céu aberto! E quando a morte bateu á sua porta, ele viu Jesus assentado na glória!

Todos, injustamente lhe condenavam à morte. A própria Vida se levantava do trono para dar as boas-vindas ao primeiro mártir cristão. Enquanto as pedras voavam contra ele, Estevão seguiu o exemplo de seu mestre e clamou pelo perdão dos seus executores. Com toda a certeza os mártires causavam mais impacto com suas mortes do que suas pregações.

Não podiam imaginar aqueles assassinos que trinta anos depois as profecias de Jesus Cristo se cumpririam, e seria o sangue deles que jorrariam pelas ruas de Jerusalém. Não sei se podiam imaginar que Deus cobraria pelo sangue derramado inocentemente.

Contudo, estava ali por perto, aprovando e guardando as vestes dos assassinos de Estevão, aquele que seria em breve o maior missionário e propagador daquele mensagem de Estevão. Saulo de Társis nunca imaginaria que anos depois estaria no lugar de Estevão recebendo pedradas, afrontas e sendo perseguido por amor à sua fé. Assim também deve agir o verdadeiro cristão, deixando sementes plantadas até o fim da sua vida.

N'Aquele que é a própria Vida,

Pr. Flávio Alves

¹  É o que se supõe pelo conhecimento que Estevão paraecia possuir de Fílon, que na época estavam em viga na Alexandria, e também por empregar quatro vezes a palavra "sabedoria", muito usadas no meio judaico do Egito, de onde também procede o livro apócrifo de Sabedoria.
² Palavra usada pelos de Antioquia para denominar os cristãos por que eles se pareciam com Jesus Cristo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A Bíblia e as mulheres: Ela tem Pré-conceitos ou Conceitos?

A Bíblia e as mulheres: 
Ela tem Pré-conceitos ou Conceitos?


É verdade que a religião cristã menospreza a mulher? Que a mulher é a vilã da História já que foi ela quem primeiro comeu o fruto¹ proibido?  O que conceito que se têm atualmente é que a mulher sempre foi depreciada na religião e alvo de ataques e inferioridade.


Sendo fiel à minha própria consciência, não posso negar que no Judaísmo, as mulheres ocupavam um lugar secundário em relação ao homem. Entretanto, Deus não despreza nem deprecia as mulheres. Pois, vemos que seu Espírito Santo capacitava e usava várias mulheres para exercerem papéis importantes no cumprimento dos propósitos divinos. Vemos mulheres como pastoras², líderes, profetas, evangelistas, missionárias e diaconisas. Falta-nos tempo e espaço para relatar todos os exemplos.


Ocupar um lugar secundário não significa que a mulher esteja num plano inferior. Trata-se de uma organização divina. Não existe instituição sem organização e hierarquia. A família também é uma instituição.O próprio sábio Salomão afirmava "que a mulher sábia edifica sua casa"; destacando assim o papel vital da mulher na conservação do convívio e harmonia familiar. 


No Antigo Testamento encontram grandes líderes espirituais, militares e políticas mulheres. Miriam sempre esteve ao lado de Moisés na liderança de Israel, e formavam juntamente com Arão uma tetrarquia que estava abaixo do comando divino. Raabe, apesar de ser uma prostituta religiosa de um povo gentio, foi destacada por sua fé e coragem ao acolher os espias de Josué na sua própria casa. Graças à sua fé salvou a si e a sua família da morte e ainda ingressou na linhagem real de Davi e do próprio Jesus Cristo. 


Débora se destaca como a mulher que conseguiu influenciar a sua sociedade e liderou o seu povo á grandes vitórias militares. As muitas virtudes de Rute e Noemi alcançaram tanta proeminência na tradição judaica, que ganharam direito à um livro no Cânon Sagrado. Até hoje os judeus comemoram uma festa que remonta à um ato de extrema fé e coragem da judia Hadassa no palácio de Assuero. Mais conhecida como Ester, ela foi responsável pela salvação do extermínio de todos os judeus em tempos de perseguição.


Quando analisamos as atitudes de Jesus em relação às mulheres, percebemos o quanto Ele foi revolucionário no tratamento com as mulheres. Falou com uma prostituta samaritana, que além de ser mulher era samaritana. Quebrou assim os protocolos preconceituosos da sua sociedade para salvá-la, como também a muitos da sua cidade. As mulheres sempre estiveram presentes no ministério de Jesus. Ele sempre deu atenção mais do que comum à elas.  E isso se refletiu na Igreja primitiva de Atos dos Apóstolos, quando elas também exerceram papéis importantes entre os "irmãos".


Ouvi alguém dizer que Maria só serviu de uma espécie de "barriga de aluguel". Isso é um tremendo "desconhecimento" do contexto bíblico. Afirmar que o cristianismo bíblico culpa e castiga as mulheres é uma tremenda ignorância. Pois, vemos logo após o castigo proferido por Deus às mulheres, um PROMESSA. A promessa que atravessou séculos e milênios, e se cumpriu na escolha de uma humilde mulher na desprezada Nazaré. 


Se a mulher foi usada pela serpente para introduzir o pecado no mundo. Deus usou a mulher para introduzir o Salvador de mundo. Através daquela que foi enganada, Deus proveria a solução para tudo!






Pr. Flávio Alves &
Equipe "Os prismáticos"
www.prismap5.blogspot.com

¹ Não foi maçã !
² Embora isso não apóie biblicamente a ordenação de mulheres ao pastorado.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Uma bebida muito melhor do que cerveja

Uma bebida muito melhor do que cerveja

Uma das indústrias mais lucrativas e que mais cresce no Brasil é a de bebidas alcóolicas. Seus produtos são anunciados com tanta frequencia que seus "slongs" ficam marcados em nossa mente. Skool, Skin, Brahma... são tantas marcas!E mais ainda são as tragédias. O que mais se divulga na TV é cerveja. E pra isso não se tem horário. Aqueles que são convencidos por estes comercais cheios de mulheres e homens semi-nús, se tornam presas fáceis de um vício que destrói vidas e famílias inteiras.

O alcool não provoca somente acidentes de trânsito.O alcool vicia quem usa. Dopa a mente dos que bebem. Nenhum destes milionários comerciais divulgam quantas já morreram em doenças, brigas e acidentes provocados por ele. Salomão, o homem mais sábio do mundo em sua época, sabia do perigo das bebidas alcóolicas e afirmou: "Não estejas entyre os beberrões...por que o beberrão cai em pobreza." Pv 23.21.

Nossa juventude está alcoolizada. Nossa cultura impele a isso. Os que cedem ao apelo capitalista e desenfreado da mídia acabam se desmoralizando. Sim, o alcool também desmoraliza. Qual o exemplo tem um pai de família bêbado para dar a seus filhos?

A bebida escraviza as pessoas. Enriquece somente quem as vende ou fabrica. Mina as tuas forças e saúde. Detrói tua paz e danica tua moral. Arranca o sossego da tua familia. Não te deixes iludir por estas propagandas mentirosas. Não sigas aqueles cedo acordam para embriagar-se. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ...ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. 1 Coríntios 5:11. Diga NÃO para o alcool, diga SIM para uma nova vida.

Efésios 5.18
E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;

Jesus Cristo tem uma bebida para você que não destruirá a tua vida, nem tua família. Pelo contrário, Ele diz para você:  

"Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna." 

Jo 4.13-14.

Eis aqui uma bebida melhor que cerveja ou vinho, trata-se do Espírito Santo que produzirá dentro de você a Palavra de Deus, e se você beber desta bebida nunca mais terá sede de nunhuma outra. 

Pr. Flávio Alves

segunda-feira, 11 de abril de 2011


Menino evangélico ora e é poupado por atirador em Realengo

Mateus Moraes, 13 anos, orou, pediu para não ser morto e ouviu do assassino dos colegas: 'Fica tranquilo que não vou te matar'
Menino evangélico ora e é poupado por atirador em Realengo
Mateus Moraes, 13 anos, foi talvez o único aluno que teve a clemência do atirador Wellington Menezes, na Escola Municipal Tasso Vieira, em Realengo. Enquanto o criminoso disparava, frio e impassível contra seus colegas, Mateus orava perto do quadro negro, sem ser incomodado, na sala 1801, no primeiro andar do prédio da escola.
“Eu estava em pé e era um dos mais nervosos. Pedi para ele não me matar, e ele disse: ‘Fica tranqüilo que não vou te matar.’ E não atirou em mim”, contou o menino.
Uma possível explicação, acredita Mateus, é o fato de que ele ficou o tempo todo orando. Fiel da Igreja Assembleia de Deus, o menino atribui a uma força superior o fato de ter saído vivo do ataque. “Deus me protegeu.”
O atirador andava calmamente pela sala, disparando contra as crianças, principalmente na cabeça e no tórax.
De acordo com a Polícia Militar, Wellington invadiu a instituição de ensino por volta das 8h e disparou contra alunos. A direção da escola informou que o homem – que era um ex-aluno – se passou por um palestrante para entrar na instituição de ensino. Ao chegar ao local, primeiro ele teria procurado uma professora que já tinha lhe dado aula no passado. Como não a encontrou, subiu para o primeiro andar, foi em duas salas do oitavo ano do Ensino Fundamental e efetuou disparos.
Fonte: IG

Angelologia e Pandemonologia: Estudos acerca dos "Anjos e demônios" Parte X

Possessão demoníaca


A possessão demoníaca se trata do controle total que um demônio ou vários exerce sobre todo o corpo do ser humano. É o último e mais terrível dos estágios da atuação demoníaca na vida de um ser humano. Pois, existem três estágios:


1º Influência demoníaca: Trata-se de setas de maus pensamentos e ideias que vão de encontro á vontade de Deus, que são enviados por demônios ou pelo próprio diabo a fim de levar a pessoa ao pecado. Eles incitam ao suicídio, homicídio, prostituição, drogas, violência, ódio e etc. Até mesmo a tomar uma atitude que desagrada a Deus como o exemplo que vê-se em I Crônicas:
“Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel.” 1 Crônicas 21:1


2º Perturbação demoníaca: Trata-se de um estágio mais avançado da atuação demoníaca, quando ele começa a tirar a paz, tranquilidade e saúde mental, espiritual e física das pessoas, como aconteceu no caso de Saul:
E o Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte do SENHOR.” 1 Samuel 16:14


Uma perturbação maligna pode ser discernida por pelo menos três sinais destes: Insônia, vício, ouvir vozes e ver vultos ou pessoas que não existem ou já morreram, depressão ou histeria. Se alguma pessoa apresentar pelo menos três destes sinais ela pode estar sendo vítima de perturbação demoníaca e deve procurar um pastor evangélico pentecostal para começar uma obra de libertação.


3º Possessão demoníaca: Este que é o pior estágio da atuação maligna trata-se do total domínio do espírito mal sobre as faculdades mentais e físicas do ser humano. Temos como maior exemplo o gadareno em Lucas 8.27-37, bem como em Mc 9.15-27, pois vemos que:


a) O gadareno endemoniado não tinha vida social, pois andava nu.


b) Eles queriam matar do gadareno e jovem, por isso morava nos sepulcros ou queria jogá-lo no fogo. Mas, por algum motivo, talvez o de ser liberto por Jesus, por isso eles não tiveram êxito.


c) Os demônios lhes davam uma força fora do comum.


d) E estava dentro dele uma legião, que é 6.000 demônios.


e) Eles estão cientes de sua condenação.


f) Dependem da autorização de Deus para agirem.


Esta é a segurança do verdadeiro cristão, pois mais fortes que sejam as legiões do mal, só basta uma ordem e todos obedecem àquele que o Senhor em cima nos céus e embaixo na terra.


Sinais de possessão demoníaca


Quais são os sinais de uma possessão demoníaca? Vemos através da experiência e biblicamente:


a) Eles apresentam mudanças na tonalidade da voz, ora aos gritos ou resmungando e rangendo os dentes.
b) Demonstram agressividade e uma força fora do comum.
c) Atentam contra a vida das pessoas e inclusive contra a vida do individuo possesso.
d) Revelam pecados ocultos dos presentes por perto, sem que o indivíduo nunca tenha ouvido falar.
e) Falam e fazem pornofonias e incitam à sexualidade.
f) Tendências a suicídios.
g) Falam idiomas que o possesso nunca teve contato, e podem até falar com mais de uma voz ao mesmo tempo.


Devemos ser cautelosos ao discernirmos o que é possessão, perturbação demoníaca ou doença patológica. Pois, existem doenças mentais que se parecem muito com estes sinais, mas nunca o verdadeiro endemoniado resiste à força e ao poder que há no nome de Jesus Cristo. Também existe a possibilidade do indivíduo estar com as duas coisas, tanto a doença quanto os demônios que se aproveitam da debilidade mental e física da pessoa.




Pr. Flávio Alves


(Se usar o texto, cite a fonte)

O Evangelho em poucos minutos

sábado, 9 de abril de 2011

A REVOLUÇÃO DA CRUZ

A REVOLUÇÃO DA CRUZ

O mundo já passou por várias revoluções ao longo da História. A grande maioria delas foi à base do sangue, das guerras e da violência. Seus líderes sempre estiveram encabeçando-as presencialmente. Se matassem o líder, talvez morresse também a revolução. Entretanto, houve uma revolução relativamente silenciosa, e que se espalhou como uma árvore expande suas raízes sobre todo o mundo então conhecido. Uma revolução sem armas, encabeçada por homens iletrados, simples pescadores da menor província da época.

Enquanto dos rochedos de Capri, o Imperador, gastando seus últimos dias na devassidão e em festas prazerosas, lançava apenas sentenças de morte. Todo o império desfrutava de equilíbrio. No mar o comércio prosperava maravilhosamente. Todas as províncias estavam sob controle, perfeitamente submissas. Era assim também na Palestina. Nada parecia ameaçar o domínio romano na menor das regiões do Império. Tudo estava aparentemente bem. Apenas os zelotes e insubmissos tiravam a paz dos romanos. O sinédrio controlava bem o povo, os fariseus os entretiam com suas centenas de regras supostamente baseadas na Torah.

Foi neste sintético contexto que uma mensagem extraordinária começava a espalhar-se por toda a Jerusalém. Os anunciadores destas boas novas não tinham nada de excepcional em si mesmos. Eram judeus dedicados como a maioria. Respeitavam os rituais e costumes da religião judaica. Guardavam o sábado, oravam nos horários estabelecidos, jejuavam até duas vezes por semana. Não faziam parte dos poderosos, pois não dos “príncipes dos sacerdotes” nem dos “anciãos do povo”. Na maioria, eram gente da plebe. O sotaque denunciava sua terra de origem, a desprezada Galiléia. Os líderes os olhavam com desprezo e outros com preocupação.
Os irmãos sem sangue

Quem eram eles? O que exatamente anunciavam? Que mensagem era essa, capaz de reunir pessoas do Ponto, do Egito, da Líbia e da Capadócia numa só fé? Inicialmente, haviam-se denominados discípulos, porque tinham um Mestre, um fundador. Mas, o amor que neles se observava os levou a chamar um ao outro de irmãos. Sim, irmãos. A comunhão, a partilha de bens, o cuidado e unidade entre eles foram mais bem denominados como uma relação de irmãos.

Não formavam uma seita, como os fariseus que ostentavam sua religiosidade nos grandes filactérios que usavam, ou pelos rituais e regras que regiam suas vidas. Os adeptos dessa fé não se preocupavam em aparentar sua santidade como forma de separação social. Nem tampouco se isolavam do mundo, como os essênios, que viviam abnegadamente em monastérios no Mar Morto. Estes irmãos não fundaram uma sinagoga independente, ou keneseth, como a Lei autorizava. Mas, eles estavam entre todos, acessíveis a todos.

O que então eles pregavam? O desejo de liberdade no interior dos judeus era comum. Ninguém, exceto aqueles que lucravam, gostava do domínio romano sob Israel. A ânsia pela independência era mútua. Os profetas de outrora haviam predito a respeito daquele que seria um líder maior que Moisés. Mas, que faria um papel semelhante ao dele na libertação nacional no Egito. Os zelotes almejavam por um líder guerreiro que esmagaria a força opressora dos romanos. Os fariseus esperavam aquele que cumpriria cabalmente e perfeitamente toda a Lei. Os saduceus esperavam uma espécie de Rei-sacerdote que restituísse o Reino de Israel aos padrões dos tempos de Salomão, e que também consolidasse e legitimasse o poder dos sacerdotes.

Foi diante desta expectativa que surgiram vários messias. Todos eles, porém dissiparam-se como fumaça no céu. Mas, estes irmãos pregavam no Pórtico de Salomão, no Templo, nas sinagogas ou onde quer houvesse oportunidade que o Messias já tinha vindo. A mensagem era simples, Jesus de Nazaré, é o Messias de Israel. Nós não podemos imaginar atualmente a real intensidade e mistura do impacto de alegria e espanto que esta mensagem provocou no íntimo dos judeus. Esta era a resposta para a oração deles. A resposta divina para suas ânsias e desesperos. Deus enviou o Messias!

Um deles, chamado Pedro, que já se comportava como chefe, pronunciou o primeiro sermão registrado dessa nova fé. Diante uma grande multidão atônita diante da cena fora do comum na descida do Espírito Santo, se põe de pé afirma: “Varões israelitas, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré... Este Jesus, Deus o ressuscitou, e disso nós somos testemunhas... Tenha, pois, por certo a casa de Israel que Deus fez Senhor e Cristo a Jesus, que vós crucificastes” (At 2.22,23,32,36).

A nova fé baseava-se em quê?

Essa nova fé repousava sobre a ressurreição de Jesus. Pedro havia negado Jesus três vezes antes que o galo cantasse. Os demais fugiram com medo de cair no mesmo fim que seu Mestre. Apenas algumas mulheres e o jovem João ficara aos pés da cruz para assistir a crucificação. O que aconteceu para mudar tão radicalmente estes iletrados covardes e incrédulos em os primeiros mártires do Cristianismo? Até mesmo Tomé afirmava que só creria se primeiro tocasse nas perfurações no corpo do Jesus.

Eles tinham certeza que Jesus estava morto. Eles viram de longe e outros de perto o corpo do pregador da Galiléia sendo retirado e sepultado. Agora estavam escondidos das autoridades, sem compreender o sacrifício de Jesus, estavam como os discípulos no caminho de Emaús. Estes discípulos interrogavam-se entre si, sem compreender a morte de Jesus. Nenhum deles acreditava no maior de todos os milagres: a Ressurreição de Cristo.
Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido. Atos 4:20
Se Cristo não tivesse de fato, ressuscitado, nenhum destes homens daria a sua vida para testemunhar de uma mentira. “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.” I Co 15.14 “Mas, confirmada por numerosas testemunhas, a Ressurreição passou a ocupar um lugar central na nova fé; tornou-se o fecho da abóboda do edifício doutrinal.” A revolução Cristã se iniciou! Uma revolução sem armas. As armas eram invisíveis.

Nietzshe afirmou que o cristianismo é uma religião de escravos. É a forma dos judeus se vingarem dos seus líderes. Pois, transforma a força em fraqueza, e a riqueza em pobreza. Se esquece portanto, que desde os dias de vida do próprio Jesus Cristo, alguns ilustres se converteram e creram em suas palavras. Se o cristianismo é uma religião de escravos, porque Nicodemos, Jairo e outros príncipes judeus o seguiram? Porque Barnabé, homem de posses que sustentou vários apóstolos se converteria? Por que Sérgio Paulo, procônsul de Roma creu maravilhosamente? É uma tremenda falta de conhecimento bíblico afirmar que o Cristianismo é uma religião de escravos.

É óbvio que para um escravo, o Cristianismo seria uma forma de libertação. Mas, não de vingança. Isso é ignorar o fato que levou os de Antioquia intitular, pela primeira vez, os irmãos de “cristãos”. O amor que Jesus Cristo demonstrava pelos seus discípulos os cristãos primitivos também demonstravam uns pelos outros. Isso quebrava as barreiras de sociais, de classes econômicas, culturais, raciais ou de nacionalidades. O Cristianismo primitivo não enxergava barreiras. Estas boas novas eram pregadas “sem impedimento algum”. Era uma revolução silenciosa que tomava conta de pessoas, famílias, bairros, cidades, províncias... O grão de mostarda cresceu ao lado da grande árvore do judaísmo, mas logo tornar-se-ia tão grande, que o judaísmo pareceria uma plantinha ao lado dela. A cruz era a bandeira, a ressurreição o baluarte, os discípulos os embaixadores de um Reino que até então, não era deste mundo.
Continua...

Pastor Flávio Alves

ROPS, Daniel. Academia Francesa. A igreja dos Apóstolos e dos Mártires. Editora Quadrante, São Paulo. 1988.

sábado, 2 de abril de 2011

Angelologia e Pandemonologia: Estudos acerca dos "Anjos e demônios" Parte IX

Pandemonologia


1. O que é pandemonologia?


Nome da assembleia dos demônios ou da confederação dos demônios trata-se da corte infernal cujo objetivo é provar desordem, confusão e destruição no mundo. A atuação dos demônios é ampla.


2. A natureza dos demônios
São espíritos imundos (Mc 9.25; Ef 6.12). Possuem intelecto, pois conhecem a Jesus e o seu destino final ( Mc 1.24; Mt 8.29). Conhecem o plano de salvação do homem dado por Cristo ( Tg 2.19-21). Tem seu próprio sistema doutrinário bem desenvolvido (I Tm 4.1). Possuem grande força ( Mc 5.2-4).


3. A atividade dos demônios


A lista que segue relatam alguns fatos bíblicos onde vemos ações demoníacas de vários tipos, mostrando suas artimanhas e propósitos:
 Tentam confundir a igreja de Jesus com falsas doutrinas ( ITm 4:1-3 ).
 Lutam para destruir os crentes em Jesus ( Ef 6:12 ).
 Opõem-se entre o céu e a terra para que as respostas de Deus não cheguem aos crentes (Dn 10.13).
 Podem ser usados por Deus para cumprimento do decreto divino (I Sm 16.14).
 Criam todo tipo de idolatria ( ICo 10:19-21 ).
 Trazem doenças para os possuídos (Mt 9:32-33).
 Apossam-se de pessoas e de suas faculdades mentais (Mc 9:22 ).
 Apossam-se de animais ( Mc 5:12 ).
 Causam doenças (Mt 9.33).


4. A organização do império das trevas.


1ª Patente: Satanás – Príncipe de todos os demônios do céu, da terra e do mar ( II Co 10.4).
2ª Patente: Principados e potestades- Administradores de regiões, Estados e cidades.
3ª Patente: Dominadores e espíritos da maldade- Eles atuam na vida das pessoas, famílias ou ruas e bairros (Mc 7.25-30; Mt 7.21-28; Lc 11.23-26).


5. A relação dos ídolos com os demônios.


Dt 32.17 “sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus ...”


O termo “shedhin” se identifica não só com os ídolos, mas também com os demônios. São eles, portanto, que estão por trás da adoração à ídolos, das orgias e dos sacrifícios de crianças e seres humanos. O termo “seirim”, etimologicamente significa “O peludo” ou “bode peludo”. Até hoje o bode é símbolo demoníaco. No satanismo o bode é incorporado ao pentagrama apontado para baixo, outro símbolo satânico. Em outro capítulo demonstraremos mais símbolos e representações demoníacas.


Os alguns tipos de demonologia


Existem alguns tipos de demonologia. O primeiro é adivinhação. Utilizar sinais naturais como voo de pássaros, entranhas de animais é adivinhação (Ez 21.21), em hidromancia a adivinhação através da aparência da água desejada em um vaso ou de objetos colocados na água (Gn 44.5), na astrologia as estrelas determinam ou influenciam o futuro das pessoas (Is 47.13), tudo isso é demonologia. 


ADIVINHAÇÃO DO FUTURO ATRAVÉS DO HORÓSCOPO, ASTROS, CONSULTA A MORTOS (NECROMANCIA), CONSULTA ATRAVÉS DA ÁGUA (HIDROMANCIA), ou através de qualquer outro meio é UM TIPO DE DEMONOLOGIA. 


O espiritismo praticado em sessões espíritas, cultos afro-descendentes, onde procura-se saber o futuro através dos espíritos, é uma consulta à demônios.


Todas as vezes que as pessoas consultam seu futuro nas cartas, horóscopo, ou qualquer outro meio que não for o da oração a Deus, trata-se de uma consulta a demônios.


A segunda forma é a possessão demoníaca, que trataremos no post.