Carro de Ferro



Carros de Ferro
Estamos experimentando tempos de grande crescimento das igrejas evangélicas no Brasil. Por todos os lados surgem novos ministérios com as mais variadas nomenclaturas e denominações. Igrejas enormes e suntuosas têm sido construídas e verdadeiros impérios denominacionais se expandem para outros países. Verdadeiramente, as multidões têm se juntado para adorar, louvar e ouvir belíssimas pregações. Nunca antes na história da igreja cristã tantos templos foram abertos e o evangelho foi tão pregado como nos dias de hoje. Os meios de comunicação, como rádios e tv’s estão abrindo as portas para que muitos ministérios que possuem condições de arcar com os milhares de reais cobrados por alguns minutos possam entrar no ar. Entretanto, vejo que a igreja evangélica brasileira está nos montes, gabando-se por tê-los conquistados, enquanto nos vales, as drogas, o álcool, a prostituição fazem de tais lugares um inferno na terra.
(Juízes 4:1) - PORÉM os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, depois de falecer Eúde.
O Brasil nada na corrupção, mergulha na idolatria e a igreja enriquece com acordos políticos com os corruptos e com o próprio diabo, quando admitem em seu seio as terríveis chagas de doutrinas heréticas como a teologia da prosperidade. Por isso, (Juízes 4:2) - E vendeu-os o SENHOR na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; e Sísera era o capitão do seu exército, o qual então habitava em Harosete dos gentios. Por isso, estamos perdendo batalhas no terreno do inimigo, isto é, nas favelas, no becos e nas vielas deste mundo perdido e também dentro de nossas próprias igrejas, quando somos complacentes com os ricos lobos que pecam e implacáveis com as pobres ovelhas que falham. Ou quando damos feno ás ovelhas e grama aos bodes que pagam fortunas em cachês. Ou quando admitimos shows nos nossos púlpitos e deixamos o mundanismo entrar em nossas igrejas. Quando vejo todos estes males, percebo que Deus vendeu o nosso país na mão dos “Jabims”.
Os israelitas haviam conquistado as montanhas, onde levantaram altares e louvavam altos louvores a Deus, porém, deixaram os vales nas mãos dos inimigos. Por isso, o inimigo fortificou-se: (Juízes 4:3) - ... porquanto ele tinha novecentos carros de ferro, e por vinte anos oprimia violentamente os filhos de Israel. Mas, talvez você me pergunte, e o que isso tem haver conosco? Será que ao vermos muitos jovens usando drogas nos becos escuros, ou quando vemos dezenas de prostitutas e travestis nas esquinas e nas calçadas das nossas ruas não estamos vendo os carros de ferro do diabo governando os vales espirituais da nossa cidade? Será que a igreja de hoje também não se esqueceu de conquistar estes vales? E enquanto isso os carros de ferro da violência, do ódio e da imoralidade trazem terror por onde passam.
Será que estamos mesmo lutando como um exército triunfante de Deus , se limitando ao nossos cultos cheios de altos louvores, quando no outro lado da rua o diabo passa com seus carros de ferro destruindo vidas e arrastando milhares para o inferno?
(Juízes 4:3) - Então os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, ...
A melhor tradução hebraica deste texto mostra-nos que eles berraram, gritaram ao Senhor por socorro e ajuda. Ouvindo este clamor, uma mensagem do céu veio até Débora: (Juízes 4:4,5) - E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. Muitos iam até ela para ouvirem uma mensagem genuína, esta era a igreja das palmeiras de Débora. Não possuía bancos acolchoados nem ar condicionado, mas simplesmente uma mensagem genuína atraía o povo até aquele lugar.
Conforto, beleza, sermão bem preparado e uma bonita oratória são bons e agradáveis, mas não é o que realmente importa, e sim uma mensagem que penetre no mais profundo das ânsias e pensamentos do homem. O povo não precisa ouvir uma bela mensagem cheia de emoção e eloqüência, eles são capazes de ir até o mais alto das montanhas debaixo do sol quente para ouvir uma mensagem cheia de poder que provenha verdadeiramente do alto e sublime trono de Deus. (Mateus 11.7-10) “E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas, então que fostes ver? um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, Que preparará diante de ti o teu caminho.
João não pregava uma mensagem de vitória financeira e nem carregada de sinais miraculosos de curas para atrair a multidão, só pregava duas coisas: O arrependimento e a vinda do Messias. Ele não enfeitava suas pregações para agradar os mais ricos e poderosos, antes denunciava os seus pecados, como fez com Herodes e Herodias, denunciando o adultério de ambos, mesmo custando a sua própria vida (Mateus 14.3).
Quando aprenderemos com a igreja das palmeiras de Débora, ou com a igreja da voz que clamava no deserto? Os carros de ferro do diabo ceifam vidas e se preocupamos em construir igrejas suntuosas ou criticar nossos próprios colegas de ministério. As pessoas olham para nós e nos vêem como fanáticos que se juntam para gritar e pregar mensagens que não preenchem o vazio existencial dentro deles e nem os livra do poder e do terror dos carros de ferro do diabo.
Olham e dizem: “Eles são um bando de pessoas imbecis que pregam sobre um Deus que está somente dentro de suas igrejas e que só abençoam aqueles que dão o dízimo”. “Onde está o Deus deles quando um assaltante tira a vida de um pai de família?” ou “O Deus deles podem fazer alguma coisa pelo meu filho que está nas drogas?”, é o que eles dizem.
(Juízes 4:8) - Então lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei.
Baraque, cujo nome significa “relâmpago”, foi chamado por Débora e encorajado por ela para ir para a batalha contra os carros de Jabim e Sísera. As instruções foram categóricas: (Juízes 4:6,7 - E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o SENHOR Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros, e com a sua multidão; e o darei na tua mão.
Deus nos dá a estratégia para vencermos estes carros de ferro do diabo: “e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom?” Primeiro, Ele nós mostra seu exército, e muitas vezes seu exército não é muito numeroso, assim como o exército de Gideão. Para que a vitória não fosse reconhecida para suas próprias capacidades mas somente para o braço estendido de Deus. Nesse caso, Deus mostrou o exército de homens corajosos que estavam dispostos a arriscar suas vidas para limpar os vales dos inimigos do povo de Deus.
E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros, e com a sua multidão; e o darei na tua mão. (vers.7) Além de nos mostrar o seu exército que é treinado nas trincheiras das tribulações da vida, ele nos diz onde obteremos vitória: No próprio terreno do maligno. E eu creio que favelas, becos e vielas, condomínios e avenidas serão o campo de batalha deste pequeno mais poderoso exército de Deus.
Mas isto só ocorrerá quando a igreja se conscientizar que a honra e os méritos não podem ser dados á eloqüência do pregador, á sabedoria de suas palavras e nem á capacidade humana de fazer as coisas, mas somente ao Deus que nos garante a vitória.
(Juízes 4:8) - Então lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o SENHOR venderá a Sísera. E Débora se levantou, e partiu com Baraque para Quedes.
Baraque não se preocupou se o mérito da vitória seria dele ou de Débora, o que importava é que a vitória seria do povo de Deus! A igreja precisa extirpar do seu meio o egoísmo e a exaltação de homens. Todas as vezes que o povo sai da igreja elogiando o pregador, ou como ele é cheio de poder, então fracassaremos, mas quando o povo glorificar a Deus por que Deus está em seu meio ou por que Jesus está falando, aí sim poderemos sair para a guerra.

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