O CHAMADO
E, andando junto do mar da Galiléia,
viu Simão, e André, seu
irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais
pescadores de homens.
Marcos 1:16-17
Segundo Flávio Josefo, podia-se ver na região do Mar da
Galileia cerca de 330 barcos de pescaria na época de Jesus. Trinta cidades
dependiam economicamente da pescaria naquela região. Eram centenas de pescadores,
e dezenas deles estavam na praia quando de repente aparece Jesus. Ele se dirige
a quatro deles e faz um chamado incomum: “Vinde após mim...”
Em João 1.35-50, Jesus chama a André e Pedro para deixarem
as fileiras de João Batista para seguir aquele que era maior do que o próprio
João Batista. Este foi o chamado para a salvação. A prioridade na vida de um
pregador é a sua própria salvação. Temo que muitos pregadores, cuja mensagem,
arrebata centenas das garras infernais para os braços de Deus, estão com sua
própria salvação em perigo. Muitos se deixaram levar pela fama, sucesso efêmero
e aplausos da multidão, de alguns até idólatras. Outros vivem uma vida dupla,
com outras mulheres, desvios morais e éticos. Esquecem-se de que não adianta
ganhar o mundo inteiro e perder a própria alma. Esquecem-se de mais importa a
aprovação de Deus do que a do povo, como fez Saul.
Não sabemos o que houve com Pedro e André, mas ambos
regressaram para suas atividades pesqueiras. Então, o chamado de Jesus agora era
para segui-lo: “Vinde após mim...” Não adianta querer pregar o que não se
vivencia. Como pregar eficazmente sobre salvação se ainda não se sente a
convicção e a alegria da própria salvação? Quem segue a Jesus aprende com ele,
vive com ele, ouve a ele, se alegra com ele. Se não formos capazes de
transmitirmos isso para nossos ouvintes seremos apenas religiosos hipócritas! O
chamado de Cristo é para ser discípulo, isto é, preservar a salvação através da
comunhão contínua com Cristo! Não adianta aceitar a Jesus hoje e não se tornar
discípulo depois.
Jesus Cristo poderia ter ido até as escolas rabínicas para
escolher o melhor aluno para ser seu discípulo, mas não fez. Poderia ter ido ao
Templo escolher os profundos conhecedores da Torah, mas não fez. Ele preferiu
ir até um local simples à busca de homens simples. Como um carpinteiro que
preferia escolher cortar a própria madeira para esculpir sua obra-prima. Faz
parte da essência divina escolher as coisas que não são para confundir as que
são. (I Co 1.26,27). A Igreja não começaria com poder e riquezas ou profunda
sabedoria humana. A Igreja que se espalharia pelo mundo inteiro até aos confins
da terra começaria por homens simples e iletrados. Afim de que posteriormente
eles: “...vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem
letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com
Jesus.” Atos 4:13.
O Evangelho de Cristo não é invencionice humana! Foi fundado
pelo próprio Deus para abalar os alicerces da Terra com a mais perfeita
manifestação de Deus para a humanidade: Jesus Cristo de Nazaré!
E, deixando logo as suas redes, o seguiram.
Marcos 1:18
Porque eles seguiram de imediato? Por que o chamado de
Cristo é soberano! É soberano por que tem autoridade. Tem autoridade por ela
vem dele mesmo. Jesus Cristo era e é a maior fonte de autoridade que existe! Os
discípulos seguiram Jesus como alunos da maior escola de pregadores que já
existiu. Eles tornar-se-iam os maiores pregadores do mundo para pregarem a
maior e mais importante notícia do mundo. Como disse Hernandes Dias Lopes: “Jesus
não era um artesão do efêmero, mas um escultor do eterno.” Ele tinha o
ensinamento que transcendia o apenas “saber”, ele mesmo era e tinha o ensino
que transformava vidas!
Pedro certa vez disse: “E vendo isto Simão Pedro,
prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um
homem pecador.” Lucas 5:8. Pedro reconheceu sua indignidade, sua capacidade
limitada para atende a este tão grande chamado. Mas, Jesus não desistiu de
Pedro. Mas, veja a resposta de Jesus: “E disse Jesus a Simão: Não temas; de
agora em diante serás pescador de homens.” Lucas 5:10. Sim, Jesus transformaria
estes homens em pescadores de homens. O vaso era de barro, mas o poder é de
Deus. Os instrumentos são frágeis, mas a mensagem é poderosa. Os pescadores são
limitados, mas a pesca é gloriosa. O mundo era o mar, os homens os peixes, a pregação
o anzol, a isca a Palavra, e o barco, a Igreja!
Pescar homens é mais importante do que a oferta depois do
culto. Resgatar o perdido importa mais que os aplausos da multidão. Impactar
vidas importa mais que emocioná-las. Nossa missão é arrancar as almas das
chamas da perdição e leva-las até os braços de Cristo. É dar luz aos cegos e
aos que andam em trevas espirituais. Nossa missão é trazer esperança a um mundo
desesperado por paz. Nosso trabalho é arar uma terra seca e dura chamado
coração humano para colocar a mais preciosa semente, que é a Palavra de Deus.
Oh! Senhor! Deus meu e Salvador meu! Ajudai-me nesta tão
grande empreitada! O mundo está cansado de mensagens que falam de coisas
efêmeras e superficiais, desprovidas de poder e autoridade. A verdade é o que
eles precisam! Nossos púlpitos precisam ser inundados pelas correntes de águas
purificadoras! Nossa voz precisa estar carregada com a autoridade de quem vive
o que fala, de modo tal, que se sintam obrigados a ficar de joelhos ante à
verdade divina!
Abre tua boca e te encherei! Diz o Senhor!
Nas chamas do Espírito,
Pastor Flávio Alves
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