sábado, 8 de maio de 2021

Considerações Bíblicas sobre a Morte

CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS SOBRE A MORTE

A morte é a maior inimiga de todo ser vivo. O corpo humano libera altas doses de adrenalina para tentar nas últimas forças resistir ao poder da morte. Mas, quem pode escapar dessa força feroz? Do mais pobre mendigo até o mais rico bilionário, do bebê que ainda não nasceu ao idoso que muito já viveu. A morte atinge a todos.

Ela é democrática, não é racista e nem preconceituosa. Parafraseando o saudoso Suassuna, ela coloca todo ser vivo num só rebanho de condenados. Ninguém escapa das suas garras. Mas, o que o Livro mais sagrado do mundo tem a dizer sobre ela?

UMA VERDADE DESPREZADA

Em primeiro lugar, a morte só está no mundo por causa da desobediência do ser humano às leis de Deus. Deus não criou o homem para a morte. Mas, ela é a consequência do pecado e da rebeldia do homem para com seu Criador: "Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais." Gênesis 3:3.

Em segundo lugar, a morte é a recompensa dos nossos pecados. Enquanto, a fé e a santidade traz a benção da vida eterna para o crente fiel, o pecado traz a morte para o pecador. "Porque o salário do pecado é a morte." Romanos 6:23. Não adianta fugir, o pagamento virá com juros e correção monetária.

UM LIMITE NA HUMANIDADE

Em terceiro lugar, a morte põe fim ao orgulho do homem, bem como ao seu ódio:

Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.

Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.

Eclesiastes 9:5,6

UM AVISO PARA OS GANANCIOSOS

As pessoas vivem com tanta ganância, com vontade de enriquecer e acumular bens. Mas, de que adianta tanta riqueza e ostentação? Os faraós levaram enormes tesouros para suas enormes sepulturas. Mas, de que adiantou? Na morte não existe rico ou pobre. Não existe projetos ou planos para quem já morreu. Então, corra menos e viva mais!

A ESPERANÇA DO FIEL

Então a morte é o fim? De forma alguma: "Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos." Isaías 26:19. 

Se a nossa salvação não incluísse a nossa ressurreição estávamos perdidos. Mas, Cristo ressuscitou e haverá de arrancar todo salvo do poder da morte: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?" 1 Coríntios 15:55.

Está chegando a hora em que ouviremos a voz meiga e poderosa do nosso Senhor nos chamando pelo nome e dizendo:

 "Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;"


Mateus 25:34

O GRANDE DIA

Queue dia glorioso dia será este! A morte será derrotada pelo poder daquele é chamado de a própria Vida. Nunca mais teremos medo ou receio de morrer. Nem tampouco seremos separados daqueles que amamos por causa da morte. Não há nada mais reconfortante do que saber que a morte é apenas uma porta para o paraíso. Somente aqueles que crêem e confessam a Jesus Cristo tem este privilégio.

A ÚNICA FORMA DE SER SALVO

Se você ainda não tem esta certeza, e se você crê com o seu coração, então confesse agora mesmo Jesus Cristo como o seu Senhor e Salvador. E, assim, receberás a vida que somente Deus em Cristo pode nos conceder.

Não existe outro meio, forma ou caminho. Só Jesus Cristo.

Pr. Flávio Alves










domingo, 4 de abril de 2021

ELE ESTÁ VIVO

Ele está vivo!

  


     A ressurreição de Cristo é a pedra fundamental da arquitetura de Deus, é o coroamento do sistema bíblico, o milagre dos milagres. A ressurreição salva do escárnio a crucificação e imprime à cruz glória indizível.[1]

“Vimos o Senhor”, esta foi a expressão alegre que os discípulos falaram a Tomé no domingo de páscoa após terem visto Jesus ressuscitado. Mas, como pode um homem que foi traspassado por uma lança, teve suas mãos e pés perfurados, sofreu flagelos inimagináveis e dor imensurável, comprovadamente morto, voltar a viver depois de três dias? Tomé, homem apegado à matéria, ao mundo palpável, ao que somente pode ser provado e experimentado disse: “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.” João 20:25. Ele queria provas.

            O mundo que vivemos está cada vez mais incrédulo. Os charlatões, os falsos milagreiros, os hipócritas amantes do dinheiro são os maiores culpados dos homens estarem cada vez mais céticos em relação ao sobrenatural. Mas, estes não são os únicos motivos. A humanidade se distancia cada vez mais de Deus, e a incredulidade é confortável para encobrir suas vidas pecaminosas e reprováveis (II Tm 3.1). É o curso natural de uma humanidade decadente moral e espiritualmente. Contudo, resta-nos uma pergunta: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” Lucas 18:8.

            A resposta é que ainda há um povo que crê num Jesus que venceu a morte e continua vivo. A nossa fé está fundamentada na ressurreição de Cristo. Crermos que Jesus ressuscitou é imprescindível para a nossa salvação: “... e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” Romanos 10:9. Esta doutrina é tão importante para nossas vidas que desejo trazer-lhes aqui alguns dos principais motivos pelos quais podemos explicar porque e para que Jesus ressuscitou.

É pedra fundamental de toda a nossa fé

Em I Co 15.12-19, o apóstolo Paulo explica que se Cristo não ressuscitou: 

a) A pregação apostólica é nula (v.14). Isto é, não há sentido, propósito ou significado pregar sobre alguém que está morto. Os apóstolos deram as suas vidas pregando sobre alguém que estava morto, e mais, perderam família, bens, status e poder para dedicarem suas vidas à pregação de algo sem fundamentos ou sentido. Qual a razão para defender um falso messias? Não seria mais confortável esquecê-lo do que serem perseguidos até os confins da terra por um falso profeta?

b) A fé dos crentes é vã (v.14). De fato, qual o sentido de renunciar tudo por uma mentira? Qual o sentido teria as palavras de Jesus: “quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” (Mateus 16:25). Ou mesmo “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” (João 11:25). Toda a nossa fé nas palavras de Jesus seriam tolas e perderiam o efeito.

c) Os apóstolos morreram como falsas testemunhas (v.15). Acredito que alguém seja capaz de morrer defendendo uma mentira. Mas, afirmar que todos os discípulos de Jesus resistiram à tortura, açoites, fome, frio, e deram a própria vida para defender uma mentira é impensável. Os discípulos sabiam dos perigos de se pregar em público uma declaração como esta. Mas, mesmo o sinédrio judaico, que era a cúpula e aristocracia de Jerusalém ordenando expressamente que não podiam mais falar no nome de Jesus, eles responderam: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” (Atos 5:29).

Somente uma experiência muito real e verdadeira poderia converter um grupo covarde de seguidores, escondidos com medo da perseguição, com pouca cultura, decepcionados e frustrados, com o coração quebrado e a moral despedaçada em verdadeiros arautos da ressurreição. Dispostos a suportar os mais terríveis açoites e formas de serem mortos: “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” (Atos 4:20). Eles eram testemunhas do maior milagre do mundo e não podiam ficar calados. Aleluia, porque eles tiveram a coragem de falar aos quatro cantos da terra que Jesus ressuscitou e está hoje vivo, assentado à direita de Deus Pai (Mc 16.19).

Dr. William Barclay afirma que a ressurreição de Jesus é a prova contundente de que a verdade é mais forte do que a mentira. Mataram Jesus porque queriam calar a verdade, mas, quando Ele ressuscitou hasteou a bandeira da verdade sobre o império da mentira. A luz de Cristo raiou naquela manhã para dissipar toda mentira e engano para sempre. Nenhuma fraude poderia subsistir por dois mil anos, e poderia ser propagada ou defendida até à morte por tantos homens em tantas épocas, culturas e nacionalidades. “Pode-se afirmar, sem a mínima hesitação, que a ressurreição de Cristo é o fato mais bem comprovado da história.” [2]

d) Nós ainda permanecemos em nossos pecados (v. 17). Se Jesus não tivesse ressuscitado dos mortos todos nós ainda estaríamos sob o jugo infeliz do pecado. Estaríamos condenados à morte eterna (Rm 6.23). O brado de Jesus na cruz: “está consumado” não teria efeito.

e) Os que dormiram em Cristo pereceram (v.18). Se não houvesse a ressurreição de Cristo todos os que morreram crendo n’Ele teriam morrido em vão. Estariam condenados à terem seus corpos apodrecendo no silêncio do sepulcro por toda a Eternidade. A ressurreição de Lázaro teria sido em vão, pois foi ressuscitado para morrer novamente. Enquanto, o nosso Cristo e Salvador morreu para ressuscitar e provar ao mundo que todos os que crêem n’Ele não crêem numa mentira, mas que também ressuscitarão assim como Ele ressuscitou. “Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.” (1 Co 6:14)

f) E, por último, se Cristo não ressuscitou, os cristãos são os mais infelizes dos homens (v.19)[3] porque nossa salvação se limitaria apenas à nossa breve passagem pelo palco da vida. Isto é, a salvação seria apenas para enquanto estamos vivos. A morte significaria o fim de tudo, o vazio existencial e uma nulidade do propósito da nossa existência. Seríamos apenas como os animais que nascem, reproduzem e morrem. Não há um depois, nem amanhã. Mas, louvado seja o nosso Deus, porque graças a Cristo que venceu a morte temos a garantia que a morte não é uma parede, mas uma porta. Temos a certeza que nossa vida se estende além túmulo, que as nossas sepulturas não irão nos deter, e assim como a pedra foi removida do sepulcro de Cristo, assim também as sepulturas dos salvos serão abertas e “e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” 1 Tessalonicenses 4:16,17.

Em suma, a ressurreição de Jesus é a prova de que a mentira não pode sufocar a verdade, de que o mal não pode vencer o bem, de que o amor é mais forte do que o ódio e de que a morte não é mais forte do que a vida.[4] Se Jesus não tivesse saído daquela sepultura a morte teria vencido. Mas, enquanto alguns tem corpos de santos envoltos em redomas de vidro para serem cultuados, ou sepulturas com homenagens aos mortos, nós, cristãos, temos uma sepultura vazia para mostrar ao mundo que embora a sepultura esteja vazia, o Trono está ocupado.

 Para todos os fundadores das maiores religiões do mundo podemos citar o brilhante escritor nordestino Ariano Suassuna: “Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.[5] De fato, para todo ser vivo, a morte é a mais temida e odiada inimiga de quem ninguém pode escapar. Mas, diante do sepulcro vazio de Jerusalém, todos os que crêem em Jesus Cristo temos a ousadia de tomar as palavras do profeta Oséias, parafraseadas pelo Apóstolo Paulo, para indagar à morte: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” 1 Co 15:55.

 Tomé precisava de uma prova para crer na ressurreição de Jesus. Por isso, Jesus apareceu para ele e disse uma das frases mais contundentes e maravilhosas da História que repercute até os nossos corações nos dias de hoje: “Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” Jo 20:29.

 Em Cristo,

Pr. Flávio Alves



[1] OLIVEIRA, Marcelo de. Mensagens que transformam. São Paulo, Ed. 2009. Edição do autor. Pág. 93.

[2] CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado: Versículo por versículo. Volume 7, dicionário, M-Z. 2ª Ed, São Paulo, Hagnos, 2001. Pág. 5163.

[3] THIESSEN, Henry Clarence. Palestras Introdutória à Teologia Sistemática.  Imprensa Batista Regular do Brasil, São Paulo, 2001. Pág. 238.

[4] OLIVEIRA, Pág. 95.

[5] SUASSUNA, Ariano. O Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Livraria AGIR Editora. 1975.