sexta-feira, 17 de abril de 2020

O Amor, o tempo e a morte

Texto de 2017.

PENSAMENTOS VAGOS: O tempo, o amor e a morte 

O tempo passa, pessoas mudam, uns vem, outros vão. A vida prossegue, marcas surgem, transformam-se em cicatrizes. Não sangra, a dor permanece. Lembranças incomodam, prendem a respiração, se solta na nostalgia. A vontade renasce, de amar, abraçar, olhar, sorrir... Nas metamorfoses da vida uns se transformam em borboletas, belas e coloridas. Outros em lagartas feias e perigosas. Não podemos decidir quase nada do que acontece conosco. O tempo, o amor e a morte tudo molda com seu toque gélido. Fases que passam. São apenas fases. Eu sou passageiro no trem da vida. Pena que não sabemos em qual estação iremos descer. Mas, viver é preciso. Esperança é o combustível. Dias mais claros, coloridos, divertidos, amorosos virão. O tempo muda, mas nos presenteia todos os dias com vários segundos, minutos, horas. O amor decepciona, mas nos faz sentir, viver, voar. A morte é traiçoeira, mas o medo que temos dela nos faz aproveitar melhor o tempo e o amor. Saibamos viver plenamente. 

Flávio Alves

domingo, 5 de abril de 2020

O BODE EMISSÁRIO ERA OFERECIDO AO DEMÔNIO?


O BODE EMISSÁRIO ERA OFERECIDO AO DEMÔNIO?

Esta foi a pergunta que fizeram para mim. O capítulo 16 de Levítico trata sobre o “dia da expiação”, o “YOM KIPPUR”. Esta era a data mais importante no calendário do povo de Deus. Era o maior de todos os dias no ano, pois nesse dia era feita a expiação de pecado de todo o povo. Joel Leitão informa que naquele dia era feita a expiação: por Arão e os seus filhos; por todo o povo de Israel; e pelo Tabernáculo e seu mobiliário.[1] Era observado no dia dez do sétimo mês (Lv 23. 27), e era também chamado de “dia da santa convocação”. Neste dia eram escolhidos através de um sorteio o bode expiatório e o emissário. “E Arão lançará sortes sobre os dois bodes; uma pelo Senhor, e a outra pelo bode emissário.” (Lv 16:8). O primeiro era sacrificado e o segundo levado para ser abandonado no deserto.[2] Eram quinze animais sacrificados nesse dia.

A expiação feita com o bode do Senhor consistia no seguinte ritual: o bode era degolado, o seu sangue era levado para dentro do véu, no Santo dos Santos, e o sacerdote fazia como com o sangue do novilho. O Sumo-sacerdote vestido com a roupa sacerdotal aspergia o sangue do animal sobre o propiciatório e sete vezes com o dedo pelo chão, depois de também colocar o sangue nas quatro pontas do altar (Lv 16. 15-19).

Após, era feita a expiação do Santuário e a Tenda da Congregação. Tendo sendo feito esta parte, o Sumo-Sacerdote se dirigia ao segundo bode. “Mas o bode, sobre que cair a sorte para ser bode emissário, apresentar-se-á vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele, a fim de enviá-lo ao deserto como bode emissário.” (Lv. 16. 10). Este animal era oferecido ou apresentado vivo perante o Senhor (v.20). Arão colocava as mãos sobre o bode e confessa os pecados de todo o povo, depois enviava o animal pelas mãos de um homem escolhido para o deserto, também chamado de terra solitária. A palavra hebraica utilizada neste texto é “Azazel”, e nesse ponto que reside o cerne da questão.

Alguns escritores sustentam a versão de que Azazel era um demônio. Provavelmente baseado no livro apócrifo de I Enoque e da Cabala judaica. Livros escritos posteriores e que refletem apenas à tradição judaica. Tal tradição considera Azazael como chefe dos demônios do deserto. Assim, Azazel seria um ser pessoal, um espírito, ou o próprio Satanás.[3] A demonologia de Israel sustenta esta versão de que o animal era oferecido para que Satanás não atacasse o povo.

No entanto, esta interpretação possui vários problemas teológicos. Uma vez que desprezam os outros possíveis significados da palavra Azazel. Segundo a tradição talmúdica, seria o nome de um local, significando “duro e áspero”, referindo-se a alguma região montanhosa do deserto; As primeiras traduções do texto hebraico, a exemplo da Septuaginta, da Vulgata e mesmo da tradução de Símaco, indicam se tratar do próprio bode em sua função, enquanto “bode emissário”, por ser enviado ao deserto; De acordo com os estudos etimológicos presentes em léxicos importantes (Genesius e BDB), a palavra seria uma abstração, tendo o sentido de “remoção total”[4].

F. F. Bruce acrescenta a informação de que a expressão também pode ser entendida como “para o precipício”, e explica que em tempos posteriores, era costume empurrar um bode vivo num despenhadeiro a 5 ou 6 km de Jerusalém. E de que também há uma palavra árabe de pronúncia semelhante que significa “lugar árido.”[5]

A narrativa de que Azazel se trata de um demônio não encontra consenso em todos estudiosos judeus, uma vez que um dicionário judeu define assim: “Azazel, bode expiatório ou bode do afastamento.”[6] O texto sagrado nos deixa evidente que o bode carregava sobre ele todos os pecados de Israel. “Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária; e deixará o bode no deserto.” (Lv 16.22). O que é confirmado em toda a Palavra de Deus de se trata de uma tipologia do próprio Cristo: “...mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. [...] porque as iniqüidades deles levará sobre si.” (Is 53:6 b, 11). O apóstolo Pedro nos ensinou esta verdade: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro.” (1 Pe 2:24). E que este lugar ermo se refere ao caráter da Obra de Cristo em relação ao nosso pecado, como foi profetizado por Miquéias: “lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar.” (Miquéias 7:19).

Tudo isto para que se cumprisse a profecia de Salmos 103.12: “Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.” Dessa forma, enquanto o bode degolado aponta para Cristo sendo crucificado por nossos pecados, o bode emissário sendo levado ao deserto aponta para Cristo levando nossos pecados sobre si. De forma nenhuma o diabo, ou algum demônio poderia levar nossos pecados sobre ele ou ter parte na Obra expiatória de Deus pelos pecados dos homens.

Pr. Flávio Alves


[1] MELO, Joel Leitão de, 1909. Sombras, tipos e mistérios da Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 1989. Pág. 76-18.
[2] CHAMPLIN, Russell Norman, 1933. O Antigo Testamento Interpretado: versículo por versículo. Vol.1. 2ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2001. Pág. 537.
[3] CHAMPLIN, Russell Norman, 1933. O Antigo Testamento Interpretado: versículo por versículo. Vol.6. 2ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2001. Pág. 3872.
[4] RUPPENTHAL, Willibaldo Neto. AS INTERPRETAÇÕES DE AZAZEL EM LEVÍTICO 16. Revista Ensaios Teológicos. Vol. 2, Nº 01, 2016.
[5] COMENTÁRIO BÍBLICO NVI: Antigo e Novo Testamento. Editor geral F.F. Bruce. Tradução: Valdemar Kroker. São Paulo, Editora Vida, 2008. Pág. 281.
[6] MELO, ibidem. Pág. 78.

sábado, 4 de abril de 2020

PODEMOS JEJUAR PELO NOSSO PAÍS?

PODEMOS JEJUAR PELA NOSSA NAÇÃO?

No Antigo Testamento encontramos várias ocasiões em que o jejum "nacional" fora convocado por inúmeras situações. Josafá proclamou um jejum diante de uma ameaça de um grande exército de inimigos (2 Cr 20.3), todos os israelitas no cativeiro babilônico fizeram um jejum diante do risco de extinção com o decreto de Assuero, instigado por Naamã (Ester 4.3). Em Joel 2 há uma coclamação por um jejum nacional acompanhado por choro e arrependimento por parte de uma nação gentia, Jesus falou que certas castas de demônios só saem com jejum e oração(Mc 9.29). 

A Igreja primitiva que é a nação atual eleita de Deus é exortada a orar sempre, sem cessar (I Ts 5.17), e a igreja primitiva também orava e jejuava até para separar anciãos( At 14.23). Portanto, a união do povo de Deus, independente de denominação, para orar e jejuar não é apenas bíblica, mas tb é louvável e agradável. Oremos e reforçarmos a oração com jejuns pelo nosso país. 

Pr. Flávio Alves

sexta-feira, 3 de abril de 2020

O PODER VISÍVEL DO DEUS INVISÍVEL

O PODER VISÍVEL DE UM DEUS INVISÍVEL

Certa vez fui interrogado sobre como Deus trataria as pessoas que nunca ouviram falar no nome dele no juízo final. Um pergunta bastante pertinente. Então parei para meditar, e cheguei a uma conclusão de que existe uma revelação geral de Deus no universo, acessível a todo ser humano. Até mesmo para os mais remotos e isolados do mundo.

Muitos de nós já ouviu falar que existem mais estrelas no céu do que grãos de areia em todas as praias do mundo. O que parece uma hipérbole, na verdade é uma constatação. O cosmos é maior do que podemos observar com o maior e mais potente telescópio do mundo.

Nossos olhos são limitados demais, no entanto, não nos impede de vermos o poder de um Deus invisível. A grandeza de uma estrela, a beleza de uma galáxia, a complexidade de um planeta são exemplos claros do Poder do Criador. O brilho ofuscante do sol, a dimensão hipinotizante do mar, a beleza da singeleza de uma flor, o sorriso puro de uma criança, a sensação do prazer e felicidade ao sentir amor de alguém são coisas que falam alto aos ouvidos mais surdos e incrédulos de qualquer ser humano. Existe um Deus.

Existe um criador. E esta verdade é percebida pela sua criação. Naquele dia de juízo ninguém estará indesculpável diante de Deus, pois como bem disse o apóstolo Paulo: "Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;"

Romanos 1:20

Em Cristo,

Pastor Flávio Alves

PORQUE SE PREOCUPAR TANTO

PRA QUE SE PREOCUPAR TANTO?

A preocupação exarcebeda de alguns pelo sustento diário faz muito mais mal do que se pensa. Ansiedade, depressão, crises nervosas, doenças da mente e do coração são alguns males contraídos por aqueles que resumem suas vidas em somente trabalhar, correr e se preocupar. A vida é muito mais do que trabalho e preocupações. O trabalho é digno, mas a ocupar a mente constantemente com contas, bens e busca de coisas materiais definitivamente não é saudável. Cristo nos ensinou: "Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?"

Mateus 6:26

Para que tanta preocupação se Deus tem cuidado de você?

Pr. Flávio Alves

AMOSTRA GRÁTIS

ISTO É UMA AMOSTRA GRÁTIS

O mundo parou por causa de um microorganismo invisível. As bolsas estão em queda, empresas estão fechadas, empregos comprometidos, milhares estão contaminados.  O que se parece com um cenário de um filme de ficção é apenas uma amostra grátis do que vai acontecer na Grande Tribulação. Um período de guerras, fome e muita morte. Não serão apenas os poderes humanos que serão abalados. O sol, a lua, as estrelas, o mar, a natureza e até os animais serão vítimas da ira de Deus sobre os homens. 

As pessoas que desprezaram a existência de Deus durante tantos anos O procurarão de um lado para o outro. Os templos fechados, o comércio parado e os militares na rua. Com fogo caindo do céu, e doenças se espalhando de nação em nação os homens enfrentarão o apocalipse. Agora você vê o quão perto está este dia. Que não se trata de delírio, mas de um futuro não tão futuro assim. Está presente nos dias de hoje, neste tempo que é chamado pela Bíblia de "o princípio das dores". 

E porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. AM 4.12b

Flávio Alves

O PROPÓSITO POR TRÁS DO VÍRUS

O PROPÓSITO POR TRÁS DO VÍRUS
O mundo está um caos, pais de família perdem seus empregos, as ruas estão vazias, igrejas estão fechadas e o povo preso em suas próprias casas. Parece um cenário apocalíptico. Mas, é apenas um exemplo de como a humanidade é frágil e vulnerável. Talvez Deus tenha permitido para vários propósitos: Que os homens não confiem unicamente no poder do dinheiro, que os pastores saiam de seus gabinetes confortáveis, que os crentes sintam saudade de cultuar com seus irmãos, e que um simples vírus invisível pode derrubar a mais poderosas das economias. Somos eternos dependentes de Deus!
Pr. Flávio Alves