Ninguém impede!



Ninguém impede!
גם מיום אני הוא ואין מידי מציל אפעל ומי ישׂיבנה
(Isaías 43:13) - Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?

Que versículo tremendo é este! Aquele que é e sempre será, pois antes de tudo ser o que é, Ele já era, afirma neste versículo: “Eu sou Deus e sempre serei. Ninguém pode escapar do meu poder e ninguém pode desfazer o que eu faço." ¹ Quem impede os seus planos e propósitos insondáveis de se realizar? (Jó 42.2). Mas, também como é perigoso  para alguém que não conhece o poder de Deus, tentar frustrá-los. É Ele quem diz: (Isaías 46:10) -... O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.

Deus é maior que o universo, pois tudo é obra de suas mãos, pois o criador sempre é maior que sua criação. Mas, o homem natural e ignorante acerca de sua eterna e implacável vontade não compreende seus eternos propósitos, e muitas vezes se coloca contra esta inabalável vontade. Aquele que está cego por obra do deus deste século não compreende que o Senhor possui inimagináveis recursos para cumprir com seus eternos desígnios.

Deus havia prometido ao velho Abraão que dele sairia uma grande e numerosa nação, como as estrelas do céu e os grãos da areia do mar (Ex 22.17). E pela sua providência, Deus havia levado como convidados de honra do próprio faraó, as setenta almas que estavam sob o comando de Jacó para o Egito. Deus os levara para o Egito, para:

a)      1.Salvar a família escolhida dos sete anos de fome que viria sobre a terra.
b)     2. Cumprir com a profecia dita a Abraão que sua descendência seria escravizada no Egito, até que a medida da iniqüidade dos amorreus estivesse cheia (Gn 15.13-15).
c)      3.Mostrar o seu grande poder e força através de faraó, pois através do que Ele faria no Egito o nome do Senhor seria anunciando sobre a terra e todos os povos temeriam ao Deus dos hebreus (Rm 9.17). Veja o testemunho de Raabe em Jericó aos espias de Josué 2.10.

Entretanto, naquele tempo surgiu um novo rei, o faraó Tutmés III teve medo do crescimento do povo de Deus. Não conhecia as promessas divinas feitas a Abraão. Este era um rei que não conhecia a Deus. "Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhe­cera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra" (Ex 1. 8-10). Como é tolo o homem que desconhece a Deus! E pensa que pode impedi-lo de cumprir com suas promessas.

Faraó entendia muito bem de estratégias de guerra, de cálculos e de admintração, mas por desconhecer os planos de Deus, o seu plano de prejudicar o povo de Deus era uma loucura. Um ato insano de uma mente desprovida de sabedoria espiritual. E é interessante como muitos homens agiram dessa forma: Hamã, o agagita que odiava os judeus, arquitetou um plano de morte, que no final resultou na sua própria morte e de todos os inimigos do povo de Deus (Et 3.6). Como é bom meditar nestes atos de maestria divina escrevendo a história, e atuando na História. Somos protagonistas de uma história escrita não nas estrelas, mas acima delas. Pois, o Senhor de todo o universo é o autor da nossa história.

Outros homens agiram de semelhante forma, como os césares de Roma. Pensavam que poderiam impedir o crescimento da igreja. Suetônio, um romano da época de Nero, após criticar os cristãos intitulando de seita maldita, advertiu que: “O sangue dos mártires seriam como sementes para o surgimento de novos cristãos.” Tertuliano também afirmou: "O sangue dos mártires é a semente dos cristãos."

Não há como impedir os planos de se cumprir, pois é o próprio Deus quem determina e é Ele mesmo que os executa: (Isaías 14:24) -  O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará. Cada gota de sangue que juntas escorria como um rio pelo chão do Coliseu foi, na verdade que produziu o efeito inverso e inesperável. Os rios de sangue alimentaram o desejo insano de violência dos romanos, mas também fertilizaram o solo árido de seus corações, até que aos poucos o cristianismo varreu aquela cidade do paganismo.

Quanto mais Tutmés afligia o povo hebreu, mais eles se multiplicavam. O que é aparentemente contraditório, é a forma maravilhosa de Deus mostrar que nada atrapalha o cumprimento de suas promessas. O erro fatal deste rei foi pensar em mudar o imutável; Faraó ignorava que, muitos séculos antes, ainda ele estava longe de respirar o fôlego desta vida mortal, a palavra e o juramento de Deus—"duas coisas imutáveis"—haviam assegurado infalivelmente a libertação completa e gloriosa daquele mesmo povo que ele, na sua sabedoria, propunha esmagar. Tudo isto ele desconhecia; e, portanto, todos os seus pensamentos e todos os seus planos baseavam-se sobre a ignorância dessa grande verdade, fundamento de todas as verdades, que DEUS, É.

Deus na sua “tática” de grandíssima maestria excelente, leva ao seio da casa de faraó o que ele mais temia: O menino Moisés, o menino sentenciado á morte por ele, agora adotado por sua própria filha, cresceu dentro do seu palácio. Isso nos mostra como é excelsa a soberana providência divina em levar o libertador para crescer e aprender com o próprio inimigo.

Os escravos hebreus saíram enriquecidos do Egito, liderados por Moisés, escoltados pela presença do Todo poderoso! Esta é na Bíblia uma das histórias que melhor apresenta a soberania de Deus em governar todas as coisas sem que ninguém o impeça, com o fim de cumprir o que Ele mesmo determina em benefício do seu povo na terra.

(Isaías 64:4) -  Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.

Ele é Deus, e agindo Ele, quem impedirá?


Em Cristo, vosso conservo,
Pr. Flávio Alves


¹ Versão: Português: Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Bibliografia:
O'REILLY, A.J.  Os mártires do Coliseu, CPAD, 3 ed, 2005.
HOFF, Paul. O Pentateuco, Editora Vida.
MACKINTOSH, C.H. Comentários do Exôdo.

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