terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A maior das hortaliças

A MAIOR DAS HORTALIÇAS

E dizia: A que assemelharemos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos? É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra; Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra. Marcos 4:30-32

Na remota e turbada província romana da Palestina, no centro do mundo antigo, nasceu o cristianismo. Pequena seita dentro do judaísmo que rapidamente e inexplicavelmente se espalhou. Nem uma das forças humanas, religiosa nem militar poderia impedi-la de crescer. Homens indoutos e desprezados pela elite judaica não podiam deixar de falar do que tinham visto e ouvido (At 4;20).

A mensagem do nazareno se espalhava em todas as classes. O assunto mais comentado na amada Jerusalém era este: Jesus ressuscitou! Seus discípulos estão cheios de poder e operam tantos sinais quanto Ele. Mesmo ameaçados e perseguidos, a semente do evangelho encontrava um solo fértil para brotar sua transformação. Como era maravilhoso contemplar o semblante do jovem diácono que mais se parecia com um anjo! Como foi impactante ver o paralítico da Porta Formosa entrar no Templo saltando e glorificando a Deus! Como era harmoniosa a comunhão dos santos no partir não apenas do pão, mas dos seus próprios bens para ajudar o próximo! O quanto estamos distante da Igreja Primitiva!

Os arautos de Deus cumpriam as palavras do Mestre: "O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados." Mateus 10:27. Todos deveriam ouvir a mensagem, ainda que as tivesse que pregar com a sua própria morte, mas o sangue não seria derramado em vão. A mensagem era por demais poderosa, e até o mais endurecido e furioso coração de Saulo seria perfurado pelos aguilhões do testemunho do jovem Estevão. Não apenas os judeus, mas até o romano Cornélio fora chamado para assentar-se à Mesa do Senhor. Ainda desprezado por ser gentio, enquanto muitos rejeitaram o convite, os que estavam à margem do privilégio da salvação, agora receberiam vestes brancas e o direito de participar do banquete da graça divina(Mt 22.9).

Agora, até os violentos romanos, gregos profanos e idolátras egípcios teriam acesso ao Caminho. O mal desencadeado pelos inimigos a fim de deter a expansão da Palavra transformou-se no fermento do seu próprio crescimento. Os confins da terra seria o limite para aqueles que não conseguiam se calar. Nada poderia detê-los. Nem a traição dos entes queridos. Nem as ameaças das crucificações, muito menos a fúria dos leões do Coliseu seriam capazes de no mínimo pausar a explosão das conversões. Escravos, soldados, bandidos, sacerdotes, prostitutas e até o Imperador ouviria a louca mensagem da Cruz. O que era escândalo para uns, deixava outros em lágrimas de arrependimento.

O Espírito inspirava, orientava, enchia de poder e autoridade para calar a boca de todos os acusadores. O que eles podiam fazer? Cortar a língua? Louvavam por dentro. Amputar as mãos? Adoravam com o corpo. Queimavam o corpo, se via Cristo no olhar desse fiel. De onde eles tiravam forças para cantar no meio das chamas e orar enquanto as feras corriam para devorá-los? Que força inimaginável era esta, capaz de fazer uma metamorfose tal que até o arqui-inimigo de Cristo, se transformou-se no seu maior propagador?!

Nós também também podemos olhar para mais perto na História e vermos como esta semente cresceu em nosso país. Maria de Jesus Nazaré Araújo foi a segunda pessoa a falar em línguas pela primeira vez nas terras tupiniquins verde e amarelo. Mulher de influência sobre outras, foi uma das primeiras a buscar o batismo com fogo em Belém do Pará. E, na noite de 2 de junho de 1911, depois de quase um dia inteiro de oração viu a pomba pentecostal descer sobre si. Aleluias!

Como não poderia conter esta chama, voltou para sua terra cearense onde foi rejeitada pela família, mas não guardou a sua bandeira. Recebida na Igreja Presbiteriana Independente no Ceará, espalhou a chama pentecostal e a igreja se tornou a primeira igreja pentecostal do Ceará, a primeira Assembleia de Deus no estado. A semente plantada pela irmã Nazaré fez crescer uma árvore muito grande no Nordeste brasileiro.

A síntese de tudo é mesma do livro de Atos: ...Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum. Atos 28:31

Ardendo nas chamas pentecostais acendidas por Cristo,

 Pr. Flávio Alves

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