Para nós pernambucanos, existe uma ferida que causa dores e vergonha para a Assembleia de Deus no estado. Trata-se da desunião e rivalidade explícita das duas maiores convenções estaduais da AD pernambucana. Ninguém ousa falar no assunto. Muitos tem medo do que pode acontecer se abrirem suas bocas. Eu também não quero acordar os gigantes. Nem pretendo arranhar a blindagem de ambos os impérios. Mas, uma Guerra Fria percorre as igrejas por de baixo dos panos.
De um lado, a igreja mãe pernambucana, deitada no berço esplêndido da capital. Cresce de forma assombrosa para glória de Deus e arrogância do homem. Seu poder faz nascer em várias cidades, belíssimas catedrais construídas no mesmo modelo e molde, numa tentativa talvez de se impor ante aos demais ministérios. Fiquei surpreso com a construída em Toritama, e sem falar com outra construída bem próximo à sede de sua filha chamada de "rebelde" por eles, na minha cidade Abreu e Lima.
Graças a Deus, se feliz ou infelizmente, sinceramente eu não sei, eu não sou ligado ministerialmente a nenhuma. Admiro, respeito e amo a ambos os ministérios. Mas, esta briga e desunião, esta omissão e silêncio por parte das demais convenções nordestinas e brasileiras me incomodam. Recentemente, houve um importante evento da CGADB em Abreu e Lima, e a convenção do Recife nem sequer compareceu. A maioria dos pastores presidentes do nordeste se fizeram presente, e o pastor da capital pernambucana? Onde estava? Sequer deu o trabalho de enviar um representante, simplesmente ignorou. Nenhum pastor ou ministro da maior Convenção da Assembleia de deus Deus em Pernambuco mostrou a cara, por quê? Por que foi em Abreu e Lima.
Todavia, se este evento fosse realizado na igreja recifense a convenção "abreuelimensse" se faria presente? Ou faria da mesma forma que eles?! Isso eu não sei. O que é fato, é que estes dois ministérios irmãos na denominação, de fé e nascimento não se respeitam e nem se amam. Ambos se agridem esporadicamente. Um membro de uma convenção não pode visitar a outra sem o risco de ser disciplinado. O imperador recifense levantou um muro de ferro mais tenso que a Faixa de Gaza.
O Muro de Berlim caiu. O de Pernambuco não deveria cair também? Como os pastores presidentes de ambos os campos podem pregar os Salmos 133, se eles mesmos não vivem em união? Diferenças, sempre teremos. Mas, a causa do evangelho deveria passar por cima do orgulho pessoal, feridas do passado ou seja lá o que for.
No ano em que a Assembleia de Deus no Brasil completa cem anos, a Assembleia de Deus pernambucana sofre com esta briga de família. Eu me orgulho por ter nascido e se formado na Assembleia de Deus. Mas, são picuinhas como essas que me fazem querer distância desses impérios, pois os menores são os que mais sofrem.
Oremos pela Convenção de Abreu e Lima e do Recife. Oremos para que um dia os pastores de ambas Convenções façam cair por terra esta cortina de aço que envergonha o evangelho e serve de escândalo para os ímpios. A Igreja é de Cristo, essas brigas são de homens. Passando por cima de qualquer coisa, sempre temos que dar o exemplo.
Com pesar e tristeza,
Pr. Flávio Alves
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